Quando criança morava com a mãe em uma fazenda em Itaju (SP), onde sua mãe ajudava a cuidar de outra família. No entanto, sua mãe cogitou tirá-la da escola, sua professora de português e inglês não permitiu isso por reconhecer a excelência acadêmica de Maria de Lurdes e a levou para morar com ela e a mãe. Lurdinha, como é carinhosamente chamada, relata ter sido os anos mais felizes de sua vida, trabalhando como dama de companhia da mãe da professora e terminando seus estudos. Aos 18 anos mudou-se para a região do ABC paulista onde morou primeiro com seu irmão mais velho e trabalhava no Rudge Ramos. Depois de sair do seu emprego, soube por um pediatra sobre uma vaga de emprego no então IMES, onde começou a trabalhar em 1990, no período noturno, na Secretaria Técnica, atendendo estudantes, datilografando atestados de matrícula e históricos escolares, além de arquivar prontuários. No período de 1992 a 1995, trabalhou no Atendimento ao Aluno e na CIDAP, com diversas atividades. Em 1995, permanecendo apenas na CIDAP, iniciou também na USCS o curso de Graduação Bacharelado em Administração - Gestão Empresarial e Negócios com conclusão em 1998. A partir de 2005, mudou para o período matutino, cuidando dos estágios. |
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Pergunta:
Lurdes, gostaria que você começasse falando seu nome completo, local e data de nascimento, por favor.
Resposta:
Maria de Lurdes Budin, data de nascimento 15 de fevereiro de 1969 e você quer saber onde eu nasci também, né?
Pergunta:
Que local você nasceu?
Resposta:
Itaju, São Paulo.
Pergunta:
Itaju? Itaju, São Paulo, legal. Lurdinha, fale um pouquinho sobre as lembranças que você tem da infância, da sua família, o que lhe vem na cabeça pensando lá nesse começo ainda em Itajubá?
Resposta:
Itaju, São Paulo.
Pergunta:
Itaju? Isso Itaju.
Resposta:
A minha infância foi bem bacana, eu fui criada na roça, então tive uma oportunidade de uma infância bem diferenciada de hoje, estudei em escola na roça, até a quarta série.
Pergunta:
Como que era essa vida na roça, como você mesmo disse?
Resposta:
As brincadeiras eram bem simples, não existia internet [sorriso], brincadeiras de roda, bola, pipas, assim bem inocentes, né? De criança. E [interrupção do entrevistador].
Pergunta:
Tinha irmãos?
Resposta:
Não, era só eu. Porque meu pai era separado da minha mãe, então eu não tinha irmãos, eu convivia com os coleguinhas e com os amigos. Eu era a mais nova dos meus irmãos, o meu irmão acima de mim, ele tem sete anos a mais que eu, então já não, ele não vivia comigo, vivia com o meu pai.
Pergunta:
Nessa casa quem que morava? Era você, sua mãe...
Resposta;
Eu e minha mãe, porque assim a gente morava com uma família de mineiros, que a minha mãe foi ajudar com os filhos porque eles perderam a mãe muito cedo, então eu cresci com eles, era como se fossem meus irmãos, irmãos de coração, porque não eram de sangue. Então eu era bem mais nova que eles.
Pergunta:
O que você lembra dessa relação aí, nessa casa, com esses irmãos de coração, com a sua mãe, com essa família?
Resposta:
É, não era uma relação muito legal, porque eu preferia ter vivido com os meus irmãos de sangue que infelizmente não foi possível [risos]. Mas enfim, superei tudo isso e levei os estudos até o fim, o terceiro ano do ensino médio.
Pergunta:
Como foi esse contato com a escola, quer dizer, esse primeiro momento seu na escola?
Resposta:
Muito bom, eu gostava de estudar eu era caixias, cdf, sentava na primeira carteira e nunca tive problemas de ficar de recuperação, sempre fui aprovada e naquela época a gente realmente aprendia a tabuada, matemática.
Pergunta:
Como você lembra? Como que você aprendeu a tabuada?
Resposta:
Estudei sempre em escola pública, estadual, somente a sétima e a oitava que eu estudei no SESI, era puxado, não era assim como é hoje, então eu tive uma base muito boa para depois prestar o vestibular, para entrar na universidade.
Pergunta:
E a escola nesse primeiro momento era próxima da sua casa, próxima de onde você morava?
Resposta:
É, a fazenda na verdade era perto, a gente tinha que passar por vários obstáculos, que até era divertido [risada]. Você passava em meio aos bois, vacas, enfim, animais que você corria risco, porque fazenda é isso galinhas, porcos e, até a quarta série eu estudei em fazenda, então o dentista ia lá, vacina, então era tudo assim bem simples. Bem diferente de hoje, não dá para comparar.
Pergunta:
Você ajudava em alguma atividade da fazenda? [5']
Resposta:
Eu estudava de manhã, da primeira à quarta série eu estudei de manhã, a tarde eu ficava livre para estudar. Para ajudar eu ia na roça, mas não trabalhava, não tinha aquele compromisso, graças a Deus não sofri exploração infantil [risos]. Era só mesmo para levar, por exemplo, um almoço, um alimento para o pessoal que estava na roça, mas eu não tinha compromisso com isso não.
Pergunta:
E como era esse contato com os animais?
Resposta:
Eu gostava muito, a gente tinha gato, cachorro, animais domésticos, papagaio, macaco, todos os animais que você imagina a gente tinha lá na fazenda. É uma relação muito boa, eu me divertia, brincava, eu acho que a minha infância foi bem legal, tenho saudades.
Pergunta:
Você falou que até a quarta série estudou na fazenda [interrupção da entrevistada].
Resposta;
Isso, aí da quinta em diante na cidade.
Pergunta:
Como que você fazia para ir até a cidade?
Resposta:
Então, aí eu estudava à tarde, eu tinha a manhã livre para estudar e ajudar minha mãe nesses afazeres domésticos, minha mãe pegava no pé, naquela época a gente apanhava [risos]. Fazia arte, né? Lógico, criança.
Pergunta:
Você lembra de alguma arte sua que ficou registrada?
Resposta:
Subir em árvore para pegar frutas e, depois, eu virava de cabeça para baixo e soltava as mãos, ficava presa só com as perninhas. E passava em cercas mesmo, rasgava perna, braço, se machucava e, não tinha essa história de hospital, de médico, a gente resolvia tudo em farmácia. E a minha mãe não dava moleza, era rigorosa, eu tinha que ajudar a fazer comida, com sete anos de idade eu já sabia cozinhar, então não tinha moleza e a gente passeava, no fim de semana ia, a gente continuava morando na fazenda, mas ia para a cidade de fim de semana, fazer compras, a gente ia de charrete, andava muito de bicicleta também, então assim, de trator, foi bem diferente do que é hoje.
Pergunta:
O que você cozinhava Lurdinha, o que você era boa de fazer nessa época?
Resposta:
Arroz, feijão, fazia café, carnes e no fogão de lenha, não tinha fogão a gás não. Não tinha água encanada, tomava banho de gato como diz o outro.
Pergunta:
Não tinha [interrupção da entrevistada].
Resposta:
Lavava roupa de pouco, em um poço em Minas.
Pergunta:
Você falou da [interrupção da entrevistada].
Resposta:
Cheguei a pegar uma época que não tinha energia elétrica, era tudo a base de lamparinas, lampiões, eu acho que dá para escrever um livro, né? História.
Pergunta:
E fala um pouquinho depois, quando você começou a estudar na cidade você ainda morava na fazenda, como que você fazia para ir até a cidades, para as aulas?
Resposta:
Até a sexta série eu morava na fazenda, a gente tinha o ônibus da prefeitura que levava e buscava, porque não era tipo, dava o que? Uns 15 minutos, não era longe.
Pergunta:
E depois vocês, a família, foram morar na cidade, é isso?
Resposta:
Não eles continuaram lá, eu fui morar na cidade vizinha, que também dá uns 15 minutos da cidade onde eu estudava, aí eu fui morar com a professora de inglês e português. Fiquei cinco anos com ela.
Pergunta:
Como chama a cidade?
Resposta:
Mineira também. (Marília) a cidade. Vizinha de Itaju, foram os meus cinco anos melhores da vida.
Pergunta:
E o que motivou essa mudança?
Resposta:
Porque a minha mãe, porque essa professora dava aula para mim, em Itaju, de inglês e português, minha mãe começou com umas histórias de que ia me tirar da escola e ela falou: ‘Não, não vai porque ela é muito inteligente, ela vai morar comigo'. Aí fui com 12 anos, fiquei até o final do ensino médio lá.
Pergunta:
Essa foi uma das melhores fases da sua vida, fala um pouquinho desse período, o que você lembra desse período?
Resposta:
Porque eu me relacionava muito bem com a família e, até hoje, ainda tenho contato com eles. Eu era dama de companhia de manhã e à noite, estudava à tarde, da mãe dela, da mãe dessa professora, que infelizmente ela já faleceu. Ela me ensinou a fazer crochê, então assim, ela também era bem rigorosa, bem estilo militar, mas isso foi a base de tudo para mim, para ser a pessoa que eu sou hoje, eu agradeço muito a eles [10'].
Pergunta:
Qual era o nome, você lembra o nome?
Resposta:
Dona Rita Rezende.
Pergunta:
Dona Rita Rezende era a professora ou a mãe da professora?
Resposta:
Não, a mãe da professora era Maria.
Pergunta:
Explica, por que acredito que até muitos alunos que podem ver o vídeo podem não sabem, o que era uma dama de companhia?
Resposta:
Dama de companhia é quando você auxilia nos afazeres domésticos, para dormir com a pessoa, porque ela vivia só, a dona Maria, ela já era uma senhora idosa, então, por exemplo, oferecer um medicamento, o que ela precisava tomar, enfim, se ela passasse mal para eu poder entrar em contato com a filha dela, com a família. Então era mais assim, companhia para ela mesmo, aí eles me pagavam uma mesada por isso. Então eu era muito feliz [risos].
Pergunta:
Então a gente pode até dizer que foi o seu primeiro trabalho?
Resposta:
É que não foi com registro em carteira.
Pergunta:
Sim, mas já era...
Resposta:
Já ali eu fui pegando responsabilidade.
Pergunta:
E como que era o seu lazer, poxa você passou a ter um orçamento de uma hora para outra, o que você fazia com esse dinheiro, quais eram as opções de lazer que você tinha?
Resposta:
Guardava uma parte, a outra eu gastava. Por exemplo, ia visitar minha mãe todo fim de semana, tinha que gastar com o ônibus, comprava coisas para mim, roupas e sapatos.
Pergunta:
E dando sequência, quer dizer, você ficou cinco anos na cidade morando com essa sua professora, como que isso avança, qual é o próximo passo aí?
Resposta:
Então aí eu terminei o ensino médio, a gente falava colegial na época, e eu tinha um sonho de vir para cá, porque eu tinha irmãos que moravam aqui.
Pergunta:
Aqui no ABC?
Resposta:
É, aqui no ABC. Aí eu vim morar com o meu irmão mais velho, mas por conta própria, inclusive até passei em Bauru e fiquei um mês na minha tia, mas eu não gostei de lá. Aí vim para cá, fui morar em Santo André, morei dois anos com esse meu irmão mais velho.
Pergunta:
E dessa época quais são as suas recordações?
Resposta:
Não são muito boas não, não se comparam com os cinco anos que eu vivi lá no interior [risos]. Eu comecei a trabalhar em uma empresa em São Bernardo, Rudge Ramos, o antigo Peralta, é uma rede de hipermercados, na época eles tinham 42 lojas. Trabalhei três anos e alguns meses lá e comércio não é fácil, a gente acaba se tornando escravo. Bom, graças a Deus que eu pedi demissão, porque trabalhava tipo das oito até as 22 horas, então era muito cansativo para mim.
Pergunta:
Você tinha que idade nessa época?
Resposta:
Então, quando eu comecei a trabalhar tinha 18 anos, trabalhei lá até os 20, 21 [pausa para pensar]. É 21 anos, aí eu caí na USCS como um paraquedas.
Pergunta:
Antes de chegar na USCS [interrupção da entrevistada].
Resposta:
Antigo IMES.
Pergunta:
Isso, a gente vai falar bastante da USCS. Mas queria que você falasse um pouquinho desse choque, quer dizer sair de uma fazenda que como você mesma falou, em alguns períodos, não tinha nem energia elétrica, você tinha todo um modus operandi, você tinha toda uma rotina e uma forma de ter o seu dia a dia e, de repente, cair em Santo André, uma cidade grande, trabalhando em um mercado. O que você sentiu?
Resposta:
Então, mas esses cinco anos eu morava na cidade com a Dona Rita, a professora.
Pergunta:
Foi um período de transição, né?
Resposta:
Isso, esses cinco anos que eu vivi na cidade foi ainda tendo contato com a fazenda, porque eu ia visitar minha mãe. Depois a minha mãe foi morar também na cidade de Itaju e as cidades lá são muito pequenas, poucos habitantes, então a vida lá é muito simples. Não tem shopping, naquela época a gente nem sabia o que era isso, eu não tive dificuldade de me adaptar, eu me adaptei muito fácil aqui, em São Paulo, Santo André foi tranquilo para mim, eu não tive problemas não.
Pergunta:
Você lembra de alguma coisa que você, chegando aqui, que você passou, falou de shopping ou de alguma outra coisa que você falou: ‘Nossa que legal, eu não tinha isso lá e isso é muito bacana'? [15'].
Resposta:
Então, quando eu estudava na cidade, no ensino médio, a gente sabia que existiam essas coisas aqui, porque eu vinha aqui visitar irmãos, eu já tinha conhecimento de como era aqui, a diferença né? Cidade grande. Às vezes existe até um pouco de ilusão, que aqui eu vou nossa, vou trabalhar, ganhar muito dinheiro, é outra vida, é outra cultura, a gente já imaginava mais ou menos como que seria aqui. Então para mim foi fácil a adaptação, eu não tive problemas.
Pergunta:
Como você conseguiu esse emprego no Peraltas?
Resposta:
Eu fui com a cara e coragem, cheguei lá e vi que estava precisando de operadora de caixa na época, eu não tinha ainda a faculdade, tinha terminado o ensino médio, então falei: ‘Vamos ver o que que dá, vamos trabalhar'. Em um mês que eu estava lá viram o meu potencial, aí eu fui para o escritório, auxiliar de escritório, e como tinha confecções, os vendedores trabalhavam com isso e eles eram comissionados, aí eu já tive a ambição, falei: ‘Não, eu quero ser vendedora '. Fui trabalhar como vendedora, foi inclusive naquela época do Collor e naquela transição de presidentes, fiquei como vendedora, só que eu não queria isso, trabalhava de sábado, eu queria trabalhar em uma empresa que eu ficasse mais livre, até para fazer uma faculdade e tudo, porque lá era muito puxado.
Pergunta:
Você já tinha alguma profissão, alguma área que você desejava seguir no ensino superior?
Resposta:
Então, eu pensei em fazer Ciências da Computação. Só que depois, como era muito cálculo e eu me identifico mais com teoria, eu falei: ‘Não vou ... '. Pensei em Direito, aí depois me veio na cabeça administração, falei: ‘Não, vou fazer Administração'. Só que eu não tinha recursos para pagar uma faculdade na época, porque com o que eu ganhava eu não achava o suficiente, porque eu tinha que ajudar também, morava com o meu irmão e tinha que ajudar nas despesas. Então, ainda não tinha condições financeiras para pagar uma faculdade, e aí foi que eu pedi demissão lá em 1990, maio de 1990, e ainda trabalhei uns 20 dias no outro mercado, não sei se você lembra, no (Salut), na rua Amazonas, acho que você não vai lembrar.
Pergunta:
Não, eu não sou da região.
Resposta:
E aí para não ficar desempregada eu falei: ‘Vou trabalhar lá'. Fui como operadora de caixa, só que aí tirei outra carteira, porque eu falei: ‘Eu não pretendo ficar lá'. Aí uma pessoa me falou que no IMES estava precisando, e eu falei: ‘Ah, vou lá'. Foi inclusive o Doutor Flávio Rston, pediatra dos meus sobrinhos, os filhos do meu irmão, que me falou que estava precisando e eu falei: ‘Vou lá'.
Pergunta:
Você já conhecia o IMES?
Resposta:
Sabia porque eu fazia cursinho no Anglo e eu sabia que existia e, era bem concorrido para entrar lá, eu até pensava em prestar vestibular lá, e aí falaram que estava precisando e eu fui lá conversar. Na época era o professor Marco Antônio, vice-diretor, o diretor geral era o professor Moacir Rodrigues, e aí estava precisando na secretaria técnica para trabalhar com a Leila.
Pergunta:
Mas como aconteceu? Você chegou ... [interrupção da entrevistada].
Resposta:
Aí fui ... [interrupção do entrevistador].
Pergunta:
Você chegou na portaria e aí o que você falou? Como foi esse primeiro contato com a universidade?
Resposta:
Então, aí me informaram que eu tinha que fazer uma entrevista e um teste de datilografia, naquelas máquinas manuais, que não eram elétricas, eu tinha curso de datilografia que eu fiz durante o ensino médio. Agendaram e eu fui lá fazer o teste.
Pergunta:
Você lembra com quem você conversou? Esse primeiro contato seu que te falou dessa necessidade.
Resposta:
O primeiro contato eu fui direto na diretoria, não existia reitoria, era diretoria. Falei com a secretária, acho que na época era a Vivian [20']. E aí agendei para fazer o teste de datilografia e a entrevista com o professor Marco Antônio. Só que eu não fui bem no teste de datilografia, fui péssima, aí eu convenci o professor Marco Antônio na entrevista, falei para ele: ‘Olha, o senhor sabe que eu não fui bem, lógico', porque já tinham passado a informação para ele, aí eu falei: ‘Me dá uma chance, para eu trabalhar aqui'. Ele era uma pessoa muito humana, falou: ‘Só que é assim moça, você vai trabalhar contratada por um ano, depois você vai fazer um concurso e, se você passar, você continua, se não, infelizmente, você não vai poder continuar'. Aí eu aceitei e na época, eu entrei no dia 20 de junho de 1990, passei no teste admissional com o doutor João [risos], muito engraçado ele.
Pergunta:
Doutor João [interrupção da entrevistada].
Resposta:
Uma comédia, o doutor João.
Pergunta:
O médico da universidade, né?
Resposta:
Isso. E, por coincidência, entraram na época a Ione e a Marli, e uma outra moça, Sônia, que entrou comigo na secretaria. Elas entraram no departamento pessoal, a Ione e a Marli. Aí depois de um ano eu prestei o concurso e, graças a Deus, passei e continuei. A Marli e a Ione também continuaram, e a outra moça Sônia, infelizmente, não passou e teve que sair.
Pergunta:
Você citou o doutor João e falou: ‘Poxa ele é muito engraçado'. Vem alguma história, alguma coisa na sua mente sobre ele?
Resposta:
Não, porque ele examina as pernas para ver se não tem varizes e aí ele brinca, ele é brincalhão, só que eu não conhecia. Ele falou assim, tipo: ‘Ah tira a roupa'. Aí eu não conhecia, no primeiro momento fiquei assustada, mas depois eu vi que era brincadeira, que era o jeito dele.
Pergunta:
E quando você entrou aqui na universidade, você disse que estava precisando para a secretaria técnica, né? Qual foi sua primeira função, a sua primeira atividade?
Resposta:
Datilógrafa [risos], que eu não fui bem no teste.
Pergunta:
[Risos]. Você teria que ter sido entrevistadora, porque foi na entrevista que você conseguiu convencer o professor Marco Antônio, né? Então a primeira coisa que você foi fazer foi datilógrafa, como que era essa atuação, esse trabalho aqui na universidade?
Resposta:
Então, eu fazia o pior trabalho que existe na universidade, que ninguém gosta de fazer, que era o histórico escolar e a declaração de matrícula, porque antigamente não tinha computador para fazer declaração de matrícula, então era na máquina de datilografia. Quando você errava o documento, não podia passar o famoso branquinho, corretivo, você tinha que refazer todo o documento. Então eu tive que ter muita atenção, porque não é legal você ficar desperdiçando papel, então era assim, trabalhoso, porque era na unha, não tinha nada para você: ‘Está tudo ali, é só copiar'. Se estivesse errado você iria refazer, então era retrabalho, eram quatro cursos quando eu entrei: Administração, Comércio Exterior, Economia e Ciências da Computação. Só que todos resolviam pedir o bendito histórico [risos], então o prazo era tipo como é hoje, 15 dias úteis, só que era praticamente eu sozinha, então era um serviço bem trabalhoso, e eu trabalhei mais ou menos um ano e meio na secretaria.
Pergunta:
Quem era a responsável pela secretaria na época?
Resposta:
Na época era a Leila, a Leila que era a chefe, a responsável pela secretaria.
Pergunta:
Fala um pouquinho sobre ela. Quem que era a Leila?
Resposta:
Assim, eu procurava me relacionar bem com ela, não tive problemas, porque eu fiquei muito pouco tempo lá também. Então, assim no primeiro momento ela era uma pessoa rígida, rigorosa, trabalhava e gostava das coisas certas. A Cecilia também já estava lá, a Valdelice que também orientava a gente nessa questão de documentação. Foi aí que fundaram o atendimento ao aluno e a CIDAP, em 1992, aí eu fui para lá.
Pergunta:
Você saiu da secretaria técnica direto para a CIDAP?
Resposta:
Isso, aí eu trabalhava meio período na CIDAP e meio no atendimento ao aluno [25']. Porque naquela época eram poucos funcionários, então a gente era meio que Bombril, mil e uma utilidades. Cheguei a ficar também para repor horário de jantar, na recepção, na telefonia.
Pergunta:
Fala um pouco sobre essa sua atuação, primeiro no atendimento ao aluno, nesse meio período que você ficava lá, como era o dia a dia do atendimento ao aluno da USCS em 1992?
Resposta:
Então, a gente trabalhava meio que sobre pressão, porque dependia da secretaria, a gente ficava tipo no meio do aluno e da secretaria. Sabe como é estudante, né? Impaciente. Tem coisas que a gente não consegue resolver, porque na época a gente não tinha toda essa tecnologia que tem hoje, e é bem mais fácil. Muita coisa a gente não tinha autonomia para resolver. Já na CIDAP, a gente tinha muitos projetos, então era bem corrido e eu me identifiquei mais com a CIDAP.
Pergunta:
O que era a CIDAP? Quer dizer, quando surgiu esse departamento? Porque atendimento ao aluno qualquer pessoa que a gente fala: ‘Olha estava trabalhando no atendimento ao aluno', todo mundo vai imaginar e saber mais ou menos do que se trata. Agora essa sigla, quer dizer, o que é esse departamento que foi criado em 1992, com essa sigla CIDAP?
Resposta:
Então, CIDAP é uma coordenadoria de integração, desenvolvimento e apoio profissional. A professora Valquíria que era a coordenadora na época [interrupção do entrevistador].
Pergunta:
Professora Valquíria Stafocher.
Resposta:
Vários projetos. Projeto Vida, que era um projeto de apoio à comunidade, a gente conseguia doações de empresas para levarem em orfanatos e asilos. Aí tinha o programa de formação de executivos, que eram cursos oferecidos aos estudantes que passavam por todo um processo de dinâmica de grupo e entrevista, que eram selecionados para fazer esses cursos aos sábados, com profissionais da casa e de fora também. Então era bem bacana esse programa, enfim, tinha uma série de atividades, o estágio supervisionado era lá, da Escola de Negócios. Na época era assim, a CIDAP não era só a CIDAP, tinha o CAD, que era uma Coordenadoria de Apoio Didático, que era o professor Joaquim o responsável, o núcleo do RH, núcleo de Recursos Humanos, que era o professor Eduardo Oliva.
Pergunta:
Você citou aí outras duas siglas, o CAD, que você falou do professor Joaquim Celso Freire, o responsável, né?
Resposta:
Isso.
Pergunta:
E o núcleo de recursos econômicos [interrupção da entrevistada].
Resposta:
Não, recursos humanos.
Pergunta:
É, recursos humanos. Fala um pouquinho sobre cada uma dessas áreas, quer dizer, quais eram as finalidades do CAD e do núcleo de estudos econômicos? [Entrevistador quis dizer núcleo de estudos humanos].
Resposta:
Então esse apoio didático era mais relacionado, quem pode falar melhor sobre isso é o professor Joaquim, o próprio nome diz, didático, era mais relacionado mesmo aos cursos. E o núcleo de recursos humanos era todo aquele trabalho de pesquisa, de salariais, com empresas, inclusive quem trabalhava na época era a Renildes, a Giovana, depois saiu a Giovana e entrou a Elisângela. Com o professor Joaquim era mais a Neide, eu e a Elizete era mais com a professora Valquíria.
Pergunta:
O que você destaca desse primeiro período aí da CIDAP? Você falou dos projetos, mas como era o seu dia a dia, o que você se recorda da sua atuação no departamento?
Resposta:
A gente trabalhava bastante, a gente trabalhava aos sábados, por conta dos cursos a gente se revezava. Eu, a Renildes e a Elizete se revezava. Porque tinha os cursos do programa de formação de executivos, que depois virou o programa de novas competências e, eram oferecidos pela manhã, uma turma de manhã e outra turma à tarde, aos sábados. Então tinha muita atividade, muito trabalho, não tinha ociosidade.
Pergunta:
Você falou secretaria técnica e dos departamentos, porque você passou aí nesse comecinho da sua vida na USCS, queria que você falasse sobre a USCS como um todo, como era essa instituição naquele momento? Você falou que já conhecia, porque enfim, você visava fazer Administração, então já tinha um conhecimento do IMES, mas como que ele era para quem estava aqui dentro, como era a instituição, como o IMES era no começo dos anos 1990? [30']
Resposta:
Olha, era uma instituição conceituada, muito importante, que a gente ouvia falar de professores conceituados e funcionários que trabalhavam bem. Muito concorrido, na parte de estudantes mesmo, inclusive o curso de Ciências da Computação era um dos mais concorridos, e que era um instituto, porque na época era instituto, que para São Caetano era top. O que eu ouvia falar era isso, muito bem.
Pergunta:
E fisicamente?
Resposta:
A estrutura?
Pergunta:
É, a estrutura da universidade.
Resposta:
Quando a gente ficava no subsolo não era legal a estrutura, mas depois foi ampliando, construiu o prédio A, depois o prédio D.
Pergunta:
O subsolo que você fala é onde é hoje o [interrupção da entrevistada].
Resposta:
Informática.
Pergunta:
O laboratório de informática, que era do campus Barcelona, né?
Resposta;
Isso. Então, foi assim ampliando e aí vieram os novos cursos, foi crescendo, e os funcionários e os professores foram crescendo juntos. Pelo menos a maioria.
Pergunta:
Lurdinha e como que você foi, você está lá na casa do seu irmão, né? Começa a trabalhar aqui no IMES, aquela ideia de fazer uma universidade, como que essa sua trajetória também vai avançando?
Resposta:
Aí eu já fui morar com outro irmão, porque o outro separou [risos], só confusão, mas tudo bem. O que aconteceu? Eu tinha essa vontade de fazer o curso, tanto é que em 1992 eu prestei o vestibular para Administração e passei.
Pergunta:
Na USCS?
Resposta:
Isso. Só que na época não existia curso de manhã, e eles precisavam de mim à tarde e à noite. Então o professor Marco Antônio falou: ‘Olha, não posso, se eu abrir para você eu vou ter que abrir para todo mundo', ele falou: ‘Não posso fazer isso'. Então eu tranquei e matrícula e, também quem trabalhava atendimento ao aluno não poderia estudar, não poderia ser aluno. Então, o que aconteceu? Eu fiquei até 1995 esperando, aí consegui iniciar a faculdade em 1995, porque aí eu fiquei só na CIDAP, saí do atendimento ao aluno, aí em 1998 eu me formei em Administração.
Pergunta:
Como foi sua nova experiência de estar atuando na instituição como funcionária e começar o curso como estudante? Quer dizer de voltar aos bancos escolares, o que você se lembra dessa época?
Resposta:
E ainda a professora Valquíria, minha professora de RH no terceiro ano da faculdade, e eu trabalhando lá.
Pergunta:
Sua chefe e sua professora!
Resposta:
Só que a gente separava as coisas muito bem, não tive problemas, graças a Deus e, depois, quando eu me tornei ex-aluna, tive oportunidade de fazer o programa de formação de executivos.
Pergunta:
Aquele programa que você viu nascer lá em 1992, depois você participou dele.
Resposta:
A professora Valquíria me deu essa oportunidade, agradeço a ela por isso, depois eu até ajudava, era tipo uma secretária dela, ajudava com as aulas, com as provas. O que as meninas da sala dos professores, das gestões das escolas fazem hoje. Então eu auxiliava com o que eu podia com para ela.
Pergunta:
Nesse seu período de estudante você se recorda de alguma coisa, alguma aula que ficou marcada ou algum professor, alguma atividade, alguma prova, quer dizer, desse seu período o que vem à cabeça?
Resposta:
Tive aula com o professor Joaquim, com a professora Valquíria, como eu já disse. Eu gostei do curso, professores muito capacitados, muito bons. Participei da formatura tanto da colação quanto do baile. Acho que foi um sonho que eu consegui realizar, graças à bolsa que eu consegui, porque se eu tivesse que pagar, infelizmente, eu não tinha recursos financeiros para isso, porque eu tinha que ajudar meu irmão e a família do meu irmão. E depois também meu irmão acabou indo para o interior, e aí acabei morando em São Caetano mesmo, com uma senhora com mais de 80 anos, e eu já estava trabalhando aqui no IMES.
Pergunta:
Também auxiliando era um serviço remunerado? [35']
Resposta:
Não, não fui remunerada, mas só do fato de não ter que pagar aluguel. Eu ajudava ela pela manhã e, tarde e à noite trabalhava aqui. Também foi uma experiência muito legal que eu vivi.
Pergunta:
Você pode falar um pouquinho, quais são, acredito que tenha dificuldades e desafios de poder fazer esse trabalho, também algumas questões que são bacanas, deixa um reconhecimento legal. Você pode falar um pouquinho desse trabalho auxiliando, quase que um trabalho de cuidadora?
Resposta:
É, porque eu já tinha aquela experiência anterior lá atrás, então para mim assim, eu não tive dificuldades. Foi fácil, a senhora, dona Josefa, que também já faleceu, porque eu almoçava com ela e depois o jantar eu fazia aqui no próprio IMES, na época a gente lanchava né? E foi uma experiência enriquecedora, inclusive ela era a proprietária da casa que o meu irmão pagava aluguel com a família.
Pergunta:
Em São Bernardo?
Resposta:
Não, em São Caetano.
Pergunta:
Seu irmão chegou a morar aqui em São Caetano?
Resposta:
Eu não morei em São Bernardo, eu morei em Santo André, com outro irmão.
Pergunta:
Isso, depois você mudou para São Caetano, já na casa de um outro irmão?
Resposta:
Isso.
Pergunta:
Perfeito
Resposta:
Então foi uma relação muito boa, porque ela gostava muito do meu irmão, da família, e como eu morava lá com ela, ela já me conhecia. Porque meu irmão foi para o interior, ela falou: ‘Não, vem morar aqui comigo! ', porque se não, sei lá, ia morar sozinha ou com alguém. Aí acabei ficando com ela mais dois anos, depois saí de lá para casar.
Pergunta:
Que lugar de São Caetano que você morava?
Resposta:
Na rua Oswaldo Cruz, bairro Oswaldo Cruz.
Pergunta:
E aí vem mais essa mudança na sua vida, você falou que aí você deixa para casar, né?
Resposta:
É, o primeiro casamento.
Pergunta:
Como que foi isso alinhado à vida profissional, quer dizer, um novo passo na vida particular e como estava, nesse momento, sua vida na USCS?
Resposta:
Na USCS eu estava bem, só que essa experiência de casamento não foi legal, eu era muito nova, tinha 24 anos, não foi bacana [sorriso].
Pergunta:
E como que a gente dá sequência então, nesse segundo momento, quer dizer, você está lá na CIDAP, a CIDAP com aqueles projetos iniciados, como que o departamento avança? Você mesma falou que a USCS vai crescendo, como que você acompanha esse crescimento da CIDAP, da universidade e da Lurdes também, como você disse ela é muito nova, como você vê esse seu amadurecimento?
Resposta:
Eu amadureci bastante, a professora Valquíria realmente treina pessoas, ela é de RH. Eu aprendi muita coisa com ela que hoje eu aplico na minha vida pessoal, profissional, enfim, foi enriquecedora a experiência que eu vivi. E depois, saiu a Valquíria, eu fiquei em 2004 um ano só, praticamente eu carregava, como até hoje se precisar eu carrego a CIDAP nas costas, porque a própria professora Valquíria falava: ‘você é a memória do setor', porque eu estou lá desde que foi fundada, então eu acompanhei todos os momentos bons, ruins, então a gente passou por tudo isso. E aí entrou o Ricardo em 2005.
Pergunta;
Professor Ricardo Almeida, passou a coordenar o departamento.
Resposta:
Chefe bem legal, com novos projetos, Olimpimes, Festival de Música, um novo formato no Programa Novas Competências. Enfim, mudanças acontecem, alguns projetos são encerrados, mas entram novos projetos.
Pergunta:
Mas explica um pouquinho. Você citou três coisas aí, o que foi o Olimpimes, o que foi e como era esse Festival de Música e qual a mudança que o Programa de Novas Competências passou a ter? Fala um pouquinho desses três tópicos e o que você lembra deles.
Resposta:
Então, o Programa de Novas Competências não foi bem sucedido, eu não sei se tinha alguma coisa, na época, dos estudantes. A professora Valquíria talvez tenha mais experiência, porque ela era profissional em RH, não sei se tinha alguma coisa haver com isso, porque não teve muito sucesso [40']. Mas o Olímpimes foi bem sucedido, o Festival de Música, a parte de estágios que já existia desde a época da professora Valquíria, que eu que cuidava disso, então assim na parte de estágios não tinha problemas, porque estágio sempre tem, só não tem emprego, infelizmente [risos]. Então, que na época era direcionada à reitoria, mas depois os estágios acabaram sendo encaminhados para os gestores de cursos, isso facilitou bastante, porque vai mais rápido, cada um cuida dos seus, então fica mais fácil para a gente também. Porque a gente fica no meio de um fogo cruzado, o estudante ele tem pavor de perder o estágio, ele quer o documento para ontem, e a gente trabalha com prazo, um prazo de três a cinco dias úteis, que na época eram dois dias, agora aumentou de três a cinco dias úteis, porque a universidade foi crescendo, aumentaram os números de alunos e cursos. Temos a experiência do ano, acho que foi 2015, se eu não me engano, que veio Educação Física da FEFISA para cá, pedagogia da FAMA, moda também da FEFISA, então a tendência é aumentar o número de alunos e estagiários, então só cresce.
Pergunta:
Você citou aí essa questão do crescimento da universidade, você falou: ‘Poxa quando eu entrei lá eram quatro cursos'. Quais foram as mudanças que mais marcaram durante essa história aqui na universidade, o que você poderia destacar como fatos que realmente você falou: ‘Olha, nossa! A universidade está crescendo mesmo'?
Resposta:
Não, é muito bom você ver a universidade que você trabalha crescendo, em meio a crises, que outros passam e acabam até fechando, falindo e, você vê que está sobrevivendo, a gente acompanhou o momento aí que diminuiu o número de alunos e ficou até preocupante, a gente passou por isso, um momento preocupante. Que graças a Deus, isso foi superado. E agora nós temos curso de Medicina, isso é marcante, uma universidade em São Caetano com curso de Medicina, e mais um campus em São Paulo. Então isso é crescimento, e a gente fica feliz por isso e quer crescer junto.
Pergunta:
O que a USCS representa na sua vida?
Resposta:
Representa porque é o meu segundo emprego e, se Deus quiser, eu vou me aposentar lá, pretendo continuar ainda mais um pouco. E representa muito na minha vida, porque todo meu crescimento, tanto pessoal quanto profissional, eu aprendi lá, muita coisa, diria lá não, aqui né? É a base de tudo para mim.
Pergunta:
Quando a pediatra dos seus sobrinhos [interrupção da entrevistada].
Resposta:
O Pediatra.
Pergunta:
O Pediatra falou para você vir no IMES [interrupção da entrevistada].
Resposta:
E o irmão dele também, doutor Sérgio, não sei se ele ainda leciona aqui. Advogado e que também falou: ‘Vai lá está precisando'.
Pergunta:
Te deram boas referências na instituição. Se você tivesse que explicar para alguém o que é a USCS e falar: ‘Vai lá, na USCS é uma instituição que é desse jeito', como que você definiria a USCS?
Resposta:
A USCS é muito boa para trabalhar, apesar de eu, sempre tem em todo lugar, né? Algumas pessoas, alguns obstáculos, algumas pedras no caminho, mas, tirando isso, é muito legal trabalhar lá. Você, no campus Barcelona, por exemplo, a gente tem áreas verdes, muitas árvores, você se sente bem trabalhando em um campus que você escuta os passarinhos cantarem, e você fala: ‘Poxa, existe a natureza'.
Pergunta:
Como é a sua rotina de trabalho hoje, se é que existe uma rotina?
Resposta:
Então, em 2005, eu consegui mudar o meu horário de trabalho, agora trabalho durante o dia, agora eu sou mais feliz [sorriso], porque à noite é bem cansativo [45']. A CIDAP melhorou muito, cresceu muito, hoje nós não estamos mais com _____, depois a gente teve um período com a professora Ana Claudia, também me relacionei bem com ela, não tive problemas. Agora o professor Joaquim passou a ser o nosso chefe direto, o coordenador da CIDAP, a tendência é só crescer, a gente pensa assim, com otimismo, que as coisas vão melhorar e a gente acredita nisso. Eu, pelo menos, é assim eu sou realista, mas eu também sou otimista, a gente já está presenciando muita coisa boa acontecendo, então isso é bom para todos.
Pergunta:
O que você faz hoje? Como é o seu trabalho?
Resposta:
Eu sou responsável pelos estágios, avaliação e encaminhamentos, eu já tenho muita experiência nisso, porque desde quando os estágios foram para a CIDAP, para a responsabilidade da CIDAP, eu que recebi esse filho aí, pode-se dizer. Então eu já tenho muita experiência, é claro que a gente vai aprendendo, sempre tem coisas novas e, em 2008, por exemplo, a Lei do Estágio foi alterada e a gente se adaptou a isso. Participei de reuniões e enfim, procurar ficar por dentro de todas as questões da nova lei do estágio. Então é isso, o que a gente puder fazer para ajudar os estudantes, acelerar o processo, agilizar o processo, para ninguém perder, porque ninguém vai perder o estágio, então a gente está lá para isso, para ajudar.
Pergunta:
Você falou no início da nossa conversa de quando você fazia o histórico lá na máquina. O aluno é sempre aluno, o aluno queria aquilo para ontem e tal. O que mudou daquele aluno que você atendia lá no começo dos anos 1990 para o atual aluno da USCS?
Resposta:
Acho que piorou, porque as pessoas estão cada vez mais sem paciência, a gente vive no mundo da intolerância, infelizmente, até tem pessoas que falam assim: ‘Mas aqui não é pastelaria', já usam até essa linguagem. Então quer dizer, a gente faz o que a gente pode, dentro do possível, porque a gente trabalha com gestores, trabalha com prazos e, de repente, para a gente até dá esse prazo, porque tem dia que o gestor não está na universidade, ele tem os compromissos dele também, então a gente tem que respeitar isso. E, hoje em dia, as pessoas e os jovens tem outras mentalidades, eles não são os mesmos daquela época, naquela época a gente tinha mais disciplina, hoje a gente já tem menos. Os professores acho que podem também responder isso, porque convivem diretamente com os estudantes, tem muita gente boa, muita gente educada, mas é como eu te falei, tem muita gente impaciente, intolerante, que não tem educação, então a gente tem que saber lidar com isso.
Pergunta:
Outra coisa que você citou foi a máquina de escrever que nem elétrica era, quer dizer, você fez o teste lá na máquina de escrever mesmo, na unha, né?
Resposta:
Com muita dificuldade você tinha que entregar o trabalho, tinha que concluir o trabalho.
Pergunta:
Fala um pouco dessas mudanças tecnológicas que você passou nesse período atuando na USCS?
Resposta:
Naquela época a gente tinha muita dificuldade, por conta dessas ferramentas, hoje em dia a gente já não tem essa dificuldade. Você erra e você corrige imediatamente, sem problemas, economiza papel, tempo e trabalho. Então, a tecnologia veio para isso, para ajudar e para facilitar a vida da gente. Então, é bem-vinda a internet, os programas, o Excel, enfim, são ferramentas essenciais e acessadas para o dia a dia da gente, eu não consigo trabalhar sem computador, infelizmente.
Pergunta:
Você lembra como foi esse processo de informatização da universidade? Quer dizer, você tinha lá a máquina de escrever e, de repente, aparece um computador, como os funcionários se adaptaram a isso? Conta um pouco sobre isso.
Resposta:
A gente fez, nós fizemos cursos, mas enfim, a gente aprende na prática, é como andar de bicicleta. Eu aprendi muita coisa na prática, fuçando, você sabe, né? Parte de informática, e você ainda, inclusive, ministrou cursos para a gente. Sabe que isso é pratica, correr atrás, procurar, tirar dúvidas com o colega [50']. Às vezes tem um colega, a Elisângela, por exemplo, me ajudou muito na parte de Excel, porque ela trabalhava no núcleo do RH, trabalhava com pesquisas, então a ferramenta principal dela era o Excel, já me ajudou muito nessa parte, quer dizer, coisas que a gente aprende no dia a dia, na prática mesmo.
Pergunta:
Você citou pela segunda vez a Elisângela, fala um pouquinho quem foi a Elisângela.
Resposta:
É uma pessoa muito inteligente, ela trabalhava muito bem, infelizmente ela entrou no PDV e saiu. E é uma pessoa que assim, faz falta para a instituição, eu gostava do jeito dela trabalhar, como eu te falei, ela trabalhava muito bem.
Pergunta:
Lurdes, a gente deixou a Lurdinha lá no primeiro casamento, queria que a gente avançasse essa história também, como as coisas ocorreram na sua vida dali em diante?
Resposta:
Bom, eu fiquei casada por sete anos, não tive filhos, me separei no ano 2000, me libertei, né? Porque realmente não (...). Foi uma experiência que eu tinha que passar por isso, acho que foi até bom para o amadurecimento também, e depois eu fiquei uma época morando sozinha, oito anos morando sozinha, foi bem legal isso, mais amadurecimento, mais crescimento pessoal. Depois eu casei novamente, segundo casamento, que já faz oito anos e aí tive o Gabriel, que assim é a benção da minha vida acho que eu vivo por ele e para ele. Nesse meio de caminho eu, infelizmente, passei por problemas de saúde, me afastei, eu digo sempre que eu caminhei pelo deserto, fui curada, estou viva, graças a Deus, devo agradecer isso muito a Deus pela fé que eu tenho, por tudo que eu tenho passado e estou aqui, sobrevivi.
Pergunta:
Você citou o Gabriel, né? Citou seu filho. Fala um pouco de como foi esse momento, ter um filho, para uma mulher é sempre uma questão, conciliar o mercado de trabalho com a maternidade. Como foi esse momento da sua vida e como foi a sua atuação na USCS nesse período?
Resposta:
Eu consegui conciliar muito bem, graças a Deus, com quatro meses ele já começou a frequentar a escolinha. Eu fiquei oito meses em casa por conta de licença premium, férias, licença maternidade. Levava ele na escolinha e ficava um mês para já ir pegando amor nas professoras, nos auxiliares e, graças a Deus, ele se adaptou muito bem na escola e eu trabalhava. Eu amamentei o Gabriel dois anos, fazia isso pela manhã e quando chegava em casa, eu preferia não sair durante o expediente para ir à escola, amamentar, eu fazia isso nos horários em que eu estava em casa. Graças a Deus ele está hoje firme e forte, sempre no período integral, porque eu preferia deixar na escola, a deixar com família ou sei lá, terceirizar com outras pessoas, e não me arrependo. Eu e o Gabriel a gente tem uma relação muito boa, ele é um menino muito ativo, muito inteligente, ele é a minha alegria de viver. Eu acho que foi ele que me deu vontade de viver, porque acho que se ele não existisse eu não sei nem se eu estaria viva, porque eu falava para os médicos: ‘Salva minha vida, porque eu preciso, tenho um filho para criar, eu não quero morrer', eu falava para ele: ‘Eu quero viver'. Porque o Gabriel, na época que eu fiquei doente, ele era muito pequeno e ele precisava de mim, isso eu acho que, essa vontade que eu tinha de viver, que eu estou aqui hoje.
Pergunta:
Lurdes, é praticamente uma vida, são 27 anos quase, né?
Resposta:
Em junho vai fazer 27 que eu estou lá.
Pergunta:
Quando você pensa nesses 27 anos, assim você citou algumas pessoas aqui, mas eu acredito que tenham pessoas, tenham histórias, tenham momentos mais diversos e que foram marcantes para você, no momento vem algum na memória e que você pudesse dividir com a gente? [55'].
Resposta:
Então, graças a Deus eu convivi com pessoas boas, outras ruins, mas eu prefiro falar das boas [sorriso]. A Neide, uma pessoa que a gente trabalhou junto, muito boa. A Renildes, a Elizete, com aquele jeito dela, mas também é uma pessoa boa. O professor Joaquim, que eu estou com ele praticamente desde que eu comecei a trabalhar na USCS. Pessoas humanas e que me ajudaram, eu só tenho a agradecer essas pessoas, como eu já falei, a professora Valquíria, a professora Ana Cláudia, o Ricardo. Enfim, convivi com pessoas boas e sempre tem aquelas que talvez por ciúmes ou alguma inveja, não sei o que acontece, mas também prefiro não citar o nome dessas pessoas.
Pergunta:
Assim a gente não é processado e não tem problema!
Resposta:
Não, e assim, eu acho que o que prevalece são as coisas boas, as coisas ruins a gente deleta. Rancor, raiva, ódio, essas coisas não fazem bem, acho melhor a gente ver o lado bom das pessoas e das coisas.
Pergunta:
Lurdes, estou novamente falando do Gabriel, ele uma infância muito diferente da sua, como você mesmo falou, você cresceu na fazenda [interrupção da entrevistada].
Resposta:
Bem diferente. Eu nunca estudei integral, sempre meio período. É cansativo para ele.
Pergunta:
Queria que você falasse um pouco exatamente disso, tem coisas que você viveu, você falou: ‘Poxa, com os animais na fazenda e tal', o que você vê hoje que você fala: ‘Poxa, eu queria, isso na minha época foi muito legal e, de repente, ele não tem isso e vice-versa'. Como você analisa esses dois momentos?
Resposta:
É, eu já viajei bastante com ele em lugares que tem animais, fazendas, hotel fazenda, procuro levá-lo para ele ver como é que é, e para ele ter esse contato com os animais. Graças a Deus,
as escolas tanto as públicas quanto agora na particular, ele passeia bastante, vai no zoológico, sitiolândia. Então ele acaba tendo contato, claro que é bem diferente de mim, porque eu estava mais diretamente, mas ele gosta, ele curte, e se ele puder ele sempre viaja [risos]. Ele é feliz assim.
Pergunta:
Você falou da CIDAP, que você está na CIDAP desde o início do departamento, o departamento também fisicamente passou por vários locais, fala um pouco dessas casas que o CIDAP teve no campus durante todo esse período.
Resposta:
Depois que saiu de lá do subsolo foi lá para o lado ali onde é a telefonia, ficamos uma época lá, que já era bem melhor, assim, estrutura melhor [interrupção do entrevistador].
Pergunta:
Onde hoje é o anexo A do prédio A?
Resposta:
Isso. Depois a gente foi para a sala com a Neide, a gente ficou um bom tempo na sala com a Neide, que era um espaço pequeno. E agora que a gente está ali na, a gente costuma falar que uns falam casa da girafa, outros falam circo, enfim.
Pergunta:
Casa da girafa eu nunca tinha ouvido.
Resposta:
Ali a gente até que, tem o pessoal que gosta de ar-condicionado e eu não trabalho com ar-condicionado, se eu trabalhar pode preparar o caixão, porque é morte, não consigo. Então, ali o espaço é melhor e, não sei, pensam em ampliar, construir um prédio ali. Eu acho que a tendência é melhorar, eu acho que a estrutura vai melhorando, o ambiente de trabalho vai melhorando, as pessoas, acho que essa é a tendência.
Pergunta:
Fala de um momento feliz que você lembra, você fala assim: ‘Olha, se eu tivesse que lembrar um momento feliz meu, dentro da USCS, destaco esse aqui'. Você consegue? Vem alguma coisa?
Resposta:
A época da faculdade. Quatro anos de faculdade, assim que, foi uma das épocas mais felizes da minha vida.
Pergunta:
Você lembra de alguma disciplina em particular que você era muito boa?
Resposta:
Teoria. Teoria eu sempre fui bem, cálculo eu já tinha mais dificuldade. Tinha que estudar mais, enfim, sempre tive mais dificuldade em cálculo, nas teorias eu ia bem [interrupção do entrevistador].
Pergunta:
Você teve aula com o professor Joaquim? [01:00'].
Resposta:
Sociologia, Psicologia.
Pergunta:
Você chegou a ter aula com o professor Joaquim?
Reposta:
Tive. Estratégia de negócios.
Pergunta:
Assim como a professora Valquíria [interrupção da entrevistada].
Resposta:
RH.
Pergunta:
Como era essa relação? Quer dizer, de conhecer, como você definiria o professor Joaquim como chefia e o professor Joaquim sala de aula, dá para fazer um paralelo aí?
Resposta:
Ele é bem sossegado, o famoso mineirinho, ele é bem tranquilo, bem zen, ele é pensativo, é um poeta. Então, acho que não dá nem para diferenciar muito, assim quanto como chefe, como professor, porque acho que ele leva isso para a sala de aula. Ele é bem tranquilo, a professora Valquíria já é mais tensa, mais estressada, mas também por outro lado você vê que ela conhece o assunto, que ela tem experiência em RH, trabalhou com consultorias, é uma pessoa que está sempre ali. Ela é psicóloga, então também como pessoa, ela entende, ela é humana também. Eu vejo assim, o professor Joaquim, a professora Valquíria, até a própria professora Ana Cláudia também, que foi chefe por pouco tempo, são pessoas humanas, a gente vê que são pessoas do bem. Professor Ricardo, como chefe é uma pessoa super-humana, mas despachado, eu não tive aula com ele, mas também é uma pessoa bem legal.
Pergunta:
Você sempre esteve ligada a essa questão do estágio, você até falou agora do estágio e do trabalho, e você acompanhou vários momentos [interrupção da entrevistada].
Resposta:
De transições.
Pergunta:
Falou da época do Collor, uma época que a economia brasileira viveu um grande problema com o confisco, enfim, inclusive vinha de uma hiperinflação, alguns momentos de bonanças, agora a gente está em um momento de crise, fala um pouquinho sobre como que essa área e como os alunos, como você viu essa transformação durante todo esse período que você está ali, muito próxima a essa grande área ligada a trabalho e ligada a estágio.
Resposta:
Então, até 2008 os estágios vinham crescendo, aí com a nova lei eu senti que começou a decrescer e o número de estagiários começou a diminuir. Mas isso foi durante um ano, no máximo dois anos, depois já voltou ao normal e agora só cresce, dia a dia, por conta de estágio obrigatório, que eles têm que cumprir horas, enfim, tudo isso influencia. Eu vejo que o mercado de trabalho, ele é mais compensador na contratação de um estagiário do que um efetivo, sai muito mais barato pagar um estagiário do que pagar um efetivo, então as vezes eu falo; ‘Nossa gente, isso aqui parece uma fábrica de estágios!'. Porque eu não vejo empregos, a impressão é que ou você trabalha por conta, você é um empreendedor, ou você vai cursar uma universidade e ser estagiário, porque eu vejo o emprego mesmo, o efetivo, como algo escasso, raro. Cada vez menos, você vê aí o número de desempregados, falam em 13 milhões, eu acho que nem sabem dizer o número exato, muita gente desempregada.
Pergunta:
Que dica você dá para aquele estudante que quer conseguir um bom estágio?
Resposta:
Fazer um bom currículo, a entrevista, dinâmica de grupo que eu vejo que dinâmica de grupo influencia muito, se preparar para isso. Outra coisa que eu vejo, que eu também acho importante, antes de iniciar a universidade fazer um teste vocacional, ver se realmente é isso que você quer fazer, porque a gente vê as pessoas mudando de curso e vê que não era nada daquilo, jogando dinheiro, ver o que realmente você quer fazer e se identificar com isso, porque na hora do estágio eu vejo muito que o estudante arrumou um estágio que não tem nada haver com ele e, pede para mudar de curso para se adequar àquele estágio, será que isso é legal para ele? Será que é isso que ele quer? Aí vai fazer um estágio e, de repente, vê que não é nada disso, e aí? De repente mudou de curso para se adequar aquele estágio. Então, eu acho que precisa ter muita reflexão, porque às vezes os pais influenciam: ‘Ah eu quero que você faça Direito, porque eu fiz Direito; Ah quero que você faça Medicina, porque eu sou médico'. Então, às vezes acaba influenciando, e será que é isso mesmo? Então acho importante fazer um teste vocacional para ver se realmente é isso mesmo que ele quer [01:05'].
Pergunta:
Eu pedi há pouco para você definir a USCS, falar um pouco dessa trajetória da USCS e, como você apresentaria e definiria a USCS para alguém. Como que você definiria você?
Resposta:
Então eu defino que tem muito conceito estudante, estudar lá porque ele vai se preparar para o mercado de trabalho. Também como funcionária eu vejo que é muito bom trabalhar lá, e nós temos nossos benefícios, eu entrei em uma época que a gente tinha essa questão da licença premium, isso também ajuda muito a gente que, infelizmente, de 1993, quem foi contratado de 1993 para cá, já não tem esse benefício. Então, tanto como eu fui aluna e como funcionária, eu recomendo, tipo dou cinco estrelas, acho que vale a pena estudar lá e trabalhar lá.
Pergunta:
E como você define a Maria de Lurdes Budin se tivesse que se apresentar para alguém? Como eu poderia te apresentar? Quem é a Maria de Lurdes Budin?
Resposta:
Eu sou uma pessoa determinada, eu sou forte, eu luto pela vida e luto por aquilo que eu quero. Eu não desisto jamais, como todo brasileiro [risos].
Pergunta:
Lurdes, tem mais alguma coisa que você queira destacar? Que você acha legal deixar registrado? Afinal de contas, novamente, são 27 anos, o que você acha que é importante que as pessoas saibam sobre a USCS, sobre esse tempo que você está aqui?
Resposta:
Eu não me arrependo, tem pessoas que falam: ‘Ah porque a pessoa, o funcionário se acomoda'. Assim, a gente tem estabilidade, então isso é um diferencial, porque hoje no mercado de trabalho ninguém tem mais estabilidade, só quem tem é quem passa por um concurso público, em uma estatal ou em uma (...). Porque lá, de certa forma, a gente é misto, a gente não é estatutário, mas a gente é concursado e é pela CLT. Então isso, para a gente é vantajoso, você ter um FGTS, é uma garantia, que já estatutário não tem isso. Então eu só tenho a agradecer, em primeiro lugar, a Deus, e de ter essa oportunidade, porque eu não me arrependo.
Pergunta:
Bom, acho que é isso, você quer destacar mais alguma coisa Lurdinha? Para mim eu acho que ficou bem bacana e tal [interrupção da entrevistada].
Resposta:
É o suficiente.
Pergunta:
Agradecer bastante a sua colaboração com o projeto e te parabenizar por toda essa trajetória aqui na universidade e tudo que você contribuiu para que a USCS chegasse ao que ela é hoje, porque aí tem um tijolinho de todo mundo que passou por aqui durante todo esse tempo. Obrigado mesmo!
Resposta
Ok. Obrigado.
Lista de siglas:
SESI - Serviço Social da Indústria
IMES - Instituto Municipal de Ensino Superior
USCS - Universidade Municipal de São Caetano do Sul
CIDAP - Coordenadoria de Integração, Desenvolvimento e Apoio Profissional
CAD - Coordenadoria de Apoio Didático
RH - Recursos Humanos
FEFISA - Faculdades Integradas de Santo André
FAMA - Faculdade Metropolitana de Anápolis
FGTS - Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
CLT - Consolidação das Leis do Trabalho
PDV - Pacote de Demissão Voluntária
Lista de dúvidas:
(Marília)